PROJETOS | PROJECTS

No âmbito de novas orientações metodológicas relacionadas à necessidade de monitorar e avaliar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) expandiu a contabilização da Cooperação Brasileira para o Desenvolvimento Internacional para incluir também estimativas dos gastos anuais realizados pelas universidades federais, sendo a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) uma das universidades convidadas para desenvolver um projeto-piloto nesse sentido. O objetivo geral do projeto de extensão ora proposto é contribuir para o aprimoramento das políticas públicas nacionais específicas sobre o envolvimento das universidades na cooperação brasileira para o desenvolvimento internacional por meio da geração de dados sobre o caso da UFSC. Os objetivos específicos são: a) Compreender como se dá o envolvimento da UFSC geral na cooperação internacional para o desenvolvimento (gastos, modalidades, relação com os ODS); b) entender as contribuições específicas das principais iniciativas; c) difundir os resultados para o público-alvo da pesquisa e para a sociedade em geral, monitorando seu impacto nas políticas públicas. Ao fim do projet,o espera-se que os dados transmitidos ao IPEA sejam publicados no relatório COBRADI e que as articulações realizadas para a coleta e disseminação dos mesmos contribuam para aprimorar o desenho das políticas públicas na matéria. Espera-se, ainda, que os resultados contribuam na orientação da política institucional de Internacionalização da UFSC.

Coordenação: Fernanda Leal

A agenda dos oceanos, incluindo sua dimensão científico-tecnológica, vem ganhando atenção sem precedentes nas relações internacionais, como demonstram o estabelecimento da Década das Nações Unidas da Ciência Oceânica para o Desenvolvimento Sustentável (2021-2030) e a produção de dados sobre a temática pela OCDE. Atividades como estas são definidoras de normas e políticas em âmbito global, impactando diversas regiões e localidades do planeta, o que demanda participação ativa das comunidades voluntaria ou involuntariamente implicadas na agenda, sob pena de se verem posteriormente compelidas a adotarem orientações internacionais que favoreçam apenas os interesses de um grupo limitado de atores. Tendo em vista a extensa faixa costeira do Brasil, diversas instituições, como o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, vêm coletando informações e mobilizando atores dos mais diversos níveis dos sistemas nacional e regionais de inovação para garantir a articulação necessária para a inserção internacional na agenda. Santa Catarina é um dos estados-chave nesse processo, e entidades representativas do estado, como a FIESC, já reconhecem a economia do mar como pilar estratégico para a promoção do desenvolvimento regional. No entanto, as articulações em torno da agenda ainda acontecem de forma fragmentada, considerando-se necessário agregar dados relativos aos mais diversos setores da ciência, tecnologia e inovação oceânicas como meio para fortalecer as capacidades de articulação em torno da agenda, inclusive em âmbito internacional. A pesquisa ora proposta busca contribuir nesse sentido por meio do mapeamento e sistematização de atividades relevantes de ciência, tecnologia e inovação desenvolvidas por atores públicos, privados e acadêmicos baseados na cidade de Florianópolis. A partir da utilização de técnicas como revisão de literatura, pesquisas em websites das entidades pertinentes e contato com as mesmas, pretende-se construir uma plataforma com os dados obtidos e, a partir de sua síntese, publicar um folheto-síntese, em português, inglês e espanhol, um podcast e produtos acadêmicos. Além do impacto já mencionado, trata-se de uma oportunidade para fortalecer o envolvimento de estudantes e empreendedores vinculados ou egressos do RICTI/UFSC (grupo de pesquisa do registrado no CNPq em 2016) na solução de um problema que é característico de seu entorno e de outras regiões em desenvolvimento, contribuindo para fomentar as habilidades necessárias para que desenvolvam soluções que possam ser replicadas em outras localidades e para que galguem postos estratégicos no mercado de trabalho, sempre levando em conta a busca de ganhos simétricos nas relações internacionais.  

Agência financiadora: FAPESC

O que influencia a implementação da cooperação internacional em Ciência, Tecnologia e Inovação (CTI)? Por que iniciativas em algumas áreas evoluem para medidas concretas e outras não? Quais fatores explicam a variação na implementação em iniciativas envolvendo países distintos? Em que medida a implementação afeta a efetividades da cooperação internacional em CTI – ou a produção de ganhos similares nos sistemas de inovação de todas as partes envolvidas? Para começar a responder tais questões e testar hipóteses iniciais sobre os fatores que influenciam a implementação da cooperação internacional em CTI esta pesquisa foca os acordos bilaterais de cooperação envolvendo o Brasil, país que tem sido palco central da competição da diplomacia científica entre os países desenvolvidos. Como a cooperação internacional em CTI é fragmentada em milhares de iniciativas entre diferentes atores dos sistemas de inovação (empresas, universidades e governos), e como não há uma base abrangente sobre a cooperação privada, acadêmica e realizada em nível de agência, a pesquisa se baseia inicialmente na base de acordos diplomáticos mantida pelo Ministério das Relações Exteriores. Assim como a diplomacia científica, os acordos bilaterais em CTI são usados como instrumento na busca pela competitividade econômica e outros fins, como a segurança. É importante notar, ainda, que o número de acordos assinados vem aumentando nos últimos anos, demonstrando a relevância do tema. A parte empírica da pesquisa envolve uma dimensão quantitativa, por meio da construção de uma base de dados que permite traçar a evolução histórica de acordos por país e identificar quais áreas são objeto de instrumentos específicos de implementação e quais não o são; e uma dimensão qualitativa e comparativa, combinando pares de países a partir de sua posição estrutural nas relações internacionais e da trajetória da cooperação bilateral com o Brasil de forma a manter algumas variáveis constantes e explorar variações na implementação.

Agência financiadora: CNPq (Edital Universal 2016; PIBIC 2017-2018; 2018-2019; 2019-2020); Capes (Programa de Professor Visitante no Exterior)

What drives the implementation of international cooperation in Science, Technology and Innovation (STI)? Why do initiatives in some areas evolve to concrete measures and others do not? What factors explain variations in implementation across initiatives involving different countries? To which extent does implementation affect the effectiveness of international STI cooperation – or the production of similar gains across innovation systems of all involved parties? In order to start answering those questions and test initial hypotheses on the factors that influence the implementation of international STI cooperation this research focuses on STI bilateral cooperation involving Brazil, which has been a central stage for competition between developed countries’ science diplomacy initiatives. As international STI cooperation is fragmented in thousands of initiatives involving different innovation systems’ actors (enterprises, universities and governments), and as there is no encompassing database on private, academic and agency-level STI cooperation, the research initially draws on the database of diplomatic agreements maintained by the Brazilian Ministry of Foreign Affairs. As in the case of science diplomacy, STI bilateral agreements are used as instruments in the search for economic competitiveness and other purposes, such as security. It is also important to note that the number of signed agreements has been rising over the last years, demonstrating the relevance of the research topic. The empirical part of the research involves a quantitative dimension, building a database that allows tracing the historical evolution of agreements by country and identify which areas are object of specific implementation instruments and which are not; and a qualitative and comparative dimension, paring countries according to their structural position in international relations and to the trajectory of bilateral cooperation with Brazil in order to hold some variables constant and explore variations in implementation.

Financing agency: National Council for Scientific and Technological Development, CNPq (Edital Universal 2016; PIBIC 2017-2018; 2018-2019; 2019-2020); Coordination for the Improvement of Higher Education Personnel, Capes (Programa de Professor Visitante no Exterior)

O objetivo geral desse projeto de extensão é apoiar a inserção internacional ativa e consciente dos atores do sistema catarinense de inovação. Os objetivos específicos são: selecionar os atores que serão contemplados pelo projeto piloto (possivelmente um laboratório universitário, uma agência governamental e uma startup); conhecer e disseminar a trajetória da inserção internacional do ator; mapear e ranquear possibilidades de interação internacional junto a outros países, regiões e organizações internacionais a partir dos setores em que o ator é referência e dos setores em que deseja se tornar referência; treinar e assessorar os atores, individualmente ou em conjunto, na busca de parcerias; monitorar e avaliar o projeto piloto. A metodologia inclui: levantamento e sistematização de acordos e de seus desdobramentos; pesquisa documental; entrevistas e grupos focais; identificação de entidades homólogas de referência; criação de critérios para ranqueamento levando em consideração aspectos financeiros, linguísticos e de redes já existentes; elaboração de projetos a partir da identificação de parceiros; apoio na comunicação; treinamento em negociação; oficina para intercâmbio de conhecimentos. Como produtos, a serem gerados pelo projeto, estão: 3 bancos de acordos internacionais; 3 manuais de internacionalização; 3 plataformas para a identificação de parceiros, conhecimentos e oportunidades; pelo menos 1 curso de extensão em negociação internacional; pelo menos 1 oficina para intercâmbio de conhecimentos. Como impacto, espera- se aprimorar as capacidades dos atores envolvidos no projeto piloto para uma inserção internacional consciente e ativa, aumentando os benefícios da mesma para o entorno regional e nacional. Por fim, pretende-se contribuir para a inserção de egressos da UFSC no mercado de trabalho. Espera-se que isso ocorra tanto pelo maior envolvimento dos alunos na solução de problemas reais quanto pelo fato de o projeto piloto almejar lançar as bases para a formação de um instituto de assessoria aos atores do sistema de inovação catarinense, brasileiro e latino-americano em seu processo de internacionalização.

Apoio financeiro: UFSC (PROBOLSAS 2019)

This project aims at promoting the active and rational internationalization of the actors of Santa Catarina’s innovation system. Its specific aims are: select the actors that will be part of the pilot project (possibly one university laboratory, one governmental agency, and one startup); map and disseminate the trajectory of internationalization of each actor; map and rank possibilities of interaction with other countries, regions and international organizations relying on the sectors in which the actor is reference and the sectors in which it aims at being a reference; train and advise the actors, individually or in common initiatives, for searching partnerships; monitor and evaluate the pilot project. Methodology includes: mapping and systematization of agreements and their outcomes; documental research; interviews and focal groups; identification of equivalent reference institutions; establishment of ranking criteria considering financial and linguistic aspects as well as existing networks; elaboration of project after the identification of partner; support in communication; training in negotiation; workshop for knowledge exchange. The expected outputs are: 3 databases of international agreements; 3 manuals of internationalization; 3 platforms for identification of partners, knowledge and opportunities; at least 1 service course in international negotiation; at least 1 workshop for knowledge exchange. The expected impacts are to improve the capacities of the actors involved in the pilot project for an rational and active internationalization, enhancing its benefits for their region (Santa Catarina) and country (Brazil). We also aim that the project will help UFSC’s alumni to get into the labor market. It is expected that this occurs by involving students in real problem solving and by testing methodologies to launch the creation of an institute that advises the actors of Santa Catarina’s, Brazil’s and other Latin American countries’ innovation systems in their internationalization process.

Financial support: Federal University of Santa Catarina, UFSC (PROBOLSAS 2019)